CONHEÇA MIGUEL SIQUEIRA, O SUCESSOR DA SERRA DOS PEDROS

Na história de um cooperado desta edição, você irá conhecer um homem sereno, dono de um coração genuíno, que pulsa de amor pela vida. Miguel Valdeci de Siqueira nasceu em Coqueiral, em uma comunidade chamada Serra dos Pedros e já faz 58 anos que lá é o seu lar. Toda a história da sua vida se passa em função do local onde vive e tem sentimentos fortemente enlaçados com cada parte.

“Essa foi a primeira casinha a ser contruída na serra. O meu pai viveu aqui junto com os pais dele e também com os sogros, a tradição da comunidade é de sempre prezar pela família, até hoje é assim, por isso nenhum dos filhos foi embora, estão a menos de 2 km de distância, espalhados aqui pela redondeza. Eu não saio daqui, porque aqui é um lugar que a gente tem história e tem muito amor”, afirma Miguel.

Como qualquer pessoa, Miguel encontrou dificuldades pelo caminho, passou por momentos difíceis, mas ele revela o segredo no qual nunca o deixou desanimar: “A fé aqui na comunidade é uma coisa inexplicável e esse é o segredo que nos mantém de pé. Estamos na luta, temos dificuldades, mas que não tem? Graças a Deus sempre tive uma relação muito boa com os meus irmãos, a gente gosta de uma roda de viola, canta e se alegra, fomos criados nesse ambiente e não tem nada melhor que isso.”

Ele conta que o amor pela fazenda atravessou gerações, começando lá atrás: “A primeira coisa que meus pais contavam era que a minha avó tinha apenas duas vacas que dividia o leite para todo mundo e fazia queijo. Como tinha só aquela casinha ali de cima, era lá que os queijos ficavam. Com o tempo isso aqui foi crescendo, ampliando, mas a casinha continua ali de lembrança”, enfatiza ele.

Desde a sua mocidade, Miguel foi um homem trabalhador. Nunca teve preguiça de ir à luta atrás dos seus sonhos. Ele conta com muita empolgação desde a plantação dos seus primeiros pé de café, até a compra do seu primeiro fusca.

“Comecei a trabalhar para comprar minhas coisinhas com mais ou menos 15 anos. Certa vez a mãe falou para o meu pai: Antônio, tem que plantar um pedaço de café para o Miguel porque todos os outros filhos já têm, então plantamos o café no meio do capim gordura e ali ficou. Passaram-se mais ou menos dois anos e eu plantei mais um pedaço. Com três anos de produção eu comprei um fusca, foi aquele sonho realizado mas também foi um prejuízo, comprei ele com 23 sacas de café e após 15 dias o café triplicou, mas mesmo assim fui feliz com o meu fusca e fiquei com ele um bom tempo.”

Miguel chegou até a morar na zona urbana de Nazaré de Minas depois que se casou, mas não demorou muito para que seu coração ficasse apertado e ele voltasse para as suas origens:

“Eu vendi uma casa recém construída em Nazaré, com dor no coração. Tinha acabado de me casar e ficava pensando que iria para uma casa velha e difícil de cuidar, mas o meu coração falou mais alto, entreguei nas mãos de Deus e voltei para a Serra dos Pedros. Depois que voltei, a primeira coisa que eu fiz foi trazer um trator de esteira aqui, arrancar tudo o que tinha de pedra e jogar lá embaixo para abrir espaço. Ai mexe em uma coisa, mexe em outra e hoje é esse casarão que vocês estão vendo aqui, sem perder a essência do rústico”, ele comenta.

Miguel destaca como os três filhos: Lucas, Lívia e Lavínia, são importantes para ele: “Os meus filhos são preciosos, mesmo que eles não estejam sempre aqui comigo, cada parte dessa casa tem um pouco deles. O sonho e a vida do Lucas é a fazenda, achei que ele viraria um jogador de futebol, mas ele não deixa o serviço aqui por nada. A Lívia e Lavínia já não gostam muito, são mais desapegadas, mas o meu maior sonho é ver uma delas tomando conta da Serra dos Pedros, seria maravilhoso “, ele diz.

O amor pela cafeicultura e pela pecuária sem dúvidas é de família, está no sangue e já passou para o neto Arthur. Que com apenas 3 aninhos, adora ir para a casa do avô ajudá-lo nos afazeres do campo. “Sucessor para cuidar da casa eu ja tenho, meu neto Arthur é apaixonado pelo campo. Ele quer fazer o que eu faço, subir no trator, ir para o curral tirar leite, chega aqui e quer derrubar o mundo, se deixar sobe até em cima do touro”.

A história de Miguel com a Capebe começou porque ele precisava de uma nota fiscal e resolveu se tornar um cooperado, mal sabendo quantos benefícios essa parceria traria para a sua vida. “Em 1999 eu me tornei um cooperado e desde então as coisas só melhoraram. Na cooperativa as oportunidades são mais amplas, as condições de compras são melhores e o produtor é valorizado de verdade, tudo o que a gente compra e tudo o que a gente vende é graças a Capebe.”

Um cooperado apaixonado pela sua cooperativa, que além de todas as vantagens, chama a atenção pelo atendimento que oferece: ”Eu precisava de uma oportunidade como essa para falar sobre o atendimento da cooperativa, é uma coisa que eu nunca vi igual. Tanto dos colaboradores da loja, quanto do corpo técnico sempre me atenderam muito bem. Isso incentiva a gente, nos motiva a continuar sendo sócio, porque nos passa confiança e acabamos nos tornando uma família.” finaliza ele.

Ao longo de sua trajetória, Miguel passou por muitas provações. Algumas vezes ele se viu sozinho e sem rumo, mas como ele mesmo diz: “Com fé conseguimos seguir em frente e viver uma vida mais feliz!”

Confira a sua mensagem para o fim dessa matéria especial:

“Eu penso muito na vida e a mensagem que eu deixo hoje é viver bem o hoje e o amanhã! Se você não conseguiu viver o ontem bem, paciência, mas você tem novas oportunidades de fazer diferente. Cuide da sua família, da sua saúde, do meio ambiente, das coisas que realmente importam, isso vai te fazer mais feliz.”