José Nicodemos de Abreu, o Cola, de Campo do Meio, tem quase 80 anos e é cooperado Capebe há cerca de 20 anos. Foi um batalhador desde a sua mocidade. Junto com a sua família, conquistou muito em suas oito décadas de vida. Ele diz que na sua cidade, se perguntar pelo seu nome, poucos conhecem: “Se você chamar alguém aí na rua para saber da minha pessoa e falar o meu nome, ela vai ficar sem reação, mas se falar ‘Cola’, ela vai conhecer”, brinca o cooperado.
Cola teve que trabalhar desde muito novo. Com 10 anos, já plantava alho na roça, “em valas cheias de formiga”, como ele mesmo diz. Também vendia pipoca na rua. Logo após um tempo, foi trabalhar para um fazendeiro chamado Ismael, com quem aprenderia as primeiras dicas para se tornar um homem de negócios. “Tinha várias tarefas na fazenda do meu amigo Ismael, entre elas vender leite. Vendia o leite produzido na fazenda, daqui da janela da minha casa e minha esposa, Cândida, conhecida como Nenêm, me acompanhava nessa labuta. Eu também vendia leite para outros fazendeiros, levando de bicicleta para os clientes, tudo ainda muito jovem. Vez ou outra, eu comprava café de cata também”.
Cola é filho de mãe ilicinense e pai esperancense, viveu um curto tempo em Boa Esperança, mas as condições difíceis os fizeram voltar para Campo do Meio rapidamente. Foi na cidade da Santa onde tudo se desenrolou. Com o dinheiro que ganhava, ele brinca que fazia a proeza de esconder uma quantia de d. Nenêm, para poder realizar seu grande sonho: comprar um sítio. Hoje em dia, Cola e sua família têm suas aquisições, porém, para chegar até aqui, foram preciso 30 anos de estrada e dedicação, desde a sua primeira grande compra.
AS CONQUISTAS
“Em 1990 o meu pai comprou o Santana 1, nosso primeiro sítio, onde meu irmão mora agora. Já desenvolvemos aqui muitas atividades agrícolas, como pecuária, cultivo de alho e granja. Atualmente, temos terra para plantio de milho, café e uma criação caseira de porco caipira. Ele engorda uns porquinhos só por hobbie mesmo, mas é o Binho que cultiva aqui, opera o maquinário e administra a propriedade, com a ajuda do nosso sobrinho. Inclusive, já estamos nos preparando para essa safra de cereais”, explica Fábio, um dos filhos de Cola.
Além do Santana 1, a outra realização de Nicodemos foi a padaria Santana Pães e Doces, em 1994, hoje gerenciada por suas filhas, Flávia e Maria Helena. “Para comprar o sítio e construir a padaria, tive que vender alguns lotes que havia conseguido comprar com o dinheiro da venda de pipoca e de leite. Deixei somente as casas das minhas filhas e vendi o restante”.
O CARINHO
Maria Helena diz que o pai sempre foi muito amoroso com suas ideias e ações. Segundo ela, ele sempre cuidou de suas criações com muito afeto: “Meu pai não gostava se quer que se falasse palavrão quando alguém ficasse nervoso enquanto mexia com o gado. Ele tem muita pena quando vê algum bicho sendo mal tratado”.
Sr. Cola afirma que o que sua filha diz, é verídico: “Eu sempre me dei muito bem com as pessoas com quem me relacionei. Meu patrão, Ismael, se tornou meu amigo, meu colaborador, que cuidava do rebanho que eu tinha, também, o Marcelo, agrônomo na Capebe Campo do Meio, é parte da nossa família, gente fina, minha esposa e eu somos padrinhos do menino dele. Ele é muito querido por nós. Às vezes, quando o rapaz que cuidava dos animais no sítio se estressava, eu o compreendia também”, brinca Cola.
Sr. Cola é casado há 56 anos com D. Nenêm. Ele conta que teve que namorar com ela por cinco anos até selar o compromisso: “A gente não tinha condições financeiras para um casamento. Um dos irmãos dela apoiava o namoro, outro não. Nessas tentativas de conquistar a simpatia de todos, levamos cinco anos para nos casarmos. Ela me ajudou demais”. Nenêm foi e é a única paixão de Cola.
HOMEM DE NEGÓCIOS
Sr. Cola deixa claro o seu talento ao contar sua história: a arte de vender. “Eu passava nos currais, pegava o leite com os retireiros e ia vender. Gosto muito de vender. Não tenho escola, mas sempre soube fazer bons negócios, eram vários fazendeiros que confiavam em mim para vender leite”.
O DESENVOLVIMENTO
Depois do primeiro sítio e da padaria, as coisas foram aumentando. Em sociedade com os filhos, Cola foi comprando mais terra e formando mais sítios. Eles comparam mais cinco propriedades, assim como abriram uma filial da padaria em Campos Gerais, onde Fábio e Sidnei ficam encarregados de administrar. Foram 9 alqueires na compra do Santana 1, hoje em dia, a família Abreu é dona de 50 alqueires, divididos entre Cola e os filhos. Fora a parceria entre eles, alguns de seus filhos também possuem bens separados, como Sidnei, que pouco a pouco vai moldando e alcançando suas metas. “Pedi a eles que a gente não se separasse”, revela Cola.
A CAPEBE
Em 2002, Cola se tornou cooperado Capebe, mas como ele mesmo conta, antes de ter seu código, já comprava ração na cooperativa para tratar do gado e dos porcos desde quando a Capebe abriu suas portas na cidade, em 1993. Ele ainda é cliente das Rações Capebe, além de depositar café e milho toda safra. “Antes de me tornar cooperado, comprava as rações para o gado. Agora, compro para os porcos e todo ano deposito milho e café. Há uns dias eu vendi milho e comprei adubo com o pessoal lá. Quase todos nós somos cooperados, o Sidnei, o Edson, a Helena e eu. Da Capebe eu não tenho do que me queixar. Sempre quando chego lá, peço a ajuda dos funcionários e eles fazem o pedido para mim e pronto! Problema resolvido. Somos muito bem atendidos lá”.
HORA DE DESCANSAR
Com a idade que tem, Cola está deixando as tarefas para os filhos e tirando tempo para aproveitar e descansar. “Estou deixando por conta deles. Tem três semanas que venho aqui só para alimentar os porcos. Um tempo atrás matei a saudade de vender pipoca, fui no campo de futebol aqui da cidade e passei um tempinho lá”.
FUTURAS GERAÇÕES
Como contado anteriormente, Edson (Binho) trabalha com a ajuda do sobrinho, que ama um trator. Cola garante que a meninada já está toda envolvida nessa história. “Tenho dois netos que ajudam o pai na padaria, outro trabalha em uma empresa de Varginha, porém, foi transferido pra cá. Em São José dos Campos, moram três netos que também trabalham com padaria e tenho uma neta estudante de Medicina. Somando toda a geração, são 14 netos e duas bisnetas.
O que José Nicodemos de Abreu acredita ser a fórmula para o sucesso?
O LEGADO
Para essa entrevista, toda a família de Cola se envolveu, presencialmente ou a distância, como Helena, que não pôde participar por conta de outros compromissos, mas que contou muitos casos de seu pai para a produção da reportagem. Cola e Nenêm são pais, avós e bisavós. Essa história é composta por valores e virtudes, como ele explica: “Para mim, o mais importante é conservar a família unida. Se um filho vai para um lado, outro para outro, cada um por si, fica mais difícil. Unidos, prosperamos. Tolerância, paciência com o próximo, assim a gente pode vencer”.
E AINDA NÃO ACABOU
Fábio conta que a prosperidade e as metas a serem atingidas continuam. Em um dos sítios da família, construíram a sua própria máquina de beneficiamento e agora vão instalar a estrutura de lavagem de café, evitando desperdícios.
“Nesses projetos, o corpo técnico da Capebe, os atendentes, gerentes, são de suma importância. Aproveitamos para mandar um abraço para a equipe da Capebe Campo do Meio. Obrigado por fazerem parte desse crescimento nosso”, agradece Fábio.
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