DOENÇAS NO FINAL DO CICLO DA SOJA (DFC): QUAIS SÃO E COMO EVITAR?

Doenças da cultura da soja é um dos fatores que limitam a obtenção de altas produções. Os danos ocasionados podem variar de ano para ano e de região para região, dependendo de cada safra. Essa safra por exemplo, passamos por um período com volume excessivo de chuva e pouca luminosidade, alongando o ciclo da cultura e dificultando as pulverizações preventivas e grande chance de DFCs.

Entre as doenças do final de ciclo (DFC), a partir do estágio R5.4, podemos destacar o crestamento foliar de cercospora (Cercospora kikuchii), que se beneficia em condições de clima quente e chuvoso. O fungo pode atacar todas as partes da planta, apresentando sintomas nas folhas pontuações escuras, com coloração castanho-avermelhado, que se desenvolvem e formam manchas grandes. Além da soja, esse sintoma também é observado nas vagens.

A mancha-parda ou septoriose (Septoria glycines), também é uma doença recorrente no final do ciclo da cultura que causa a desfolha. Este patógeno necessita de um período mínimo de molhamento foliar de 6 horas e temperatura entre 15℃ a 30℃ para o desenvolvimento dos sintomas. Essa doença causa pontuações pardas nas folhas, que evoluem para manchas castanhas com centro angular com halo amarelo.

Além das doenças exclusivas de final de ciclo, há aquelas que afetam também outros momentos, a ferrugem asiática (Phakopsora pachyrhizi), que é um dos grandes temores atualmente, causando perdas de 10% a 90%.

Outro exemplo é o mofo branco (Sclerotinia sclerotiorum), uma das principais doenças que atingem a cultura da soja e pode reduzir em até 70% a produção do grão. O Mofo branco pode atacar qualquer parte da planta, porém, o
mais comum é sua ocorrência em ramos, inflorescências, hastes e pecíolos.

O principal sintoma é a formação de micélios brancos, que se desenvolvem rapidamente tornando-se bem visíveis. Um dos fatores que dificultam o manejo da doença é sua elevada persistência, uma vez que a partir de estruturas denominada escleródios, o fungo pode sobreviver por períodos de até 10 anos na ausência de plantas hospedeiras.

Quando em condições favoráveis, os escleródios germinam, dando origem a micélios que penetram nas partes inferiores das plantas ou formam apotécios que liberam milhões de oósporos os quais são disseminados principalmente pelo vento, infectando as plantas.

Cabe destacar que as DFCs são na verdade um complexo de doenças, por isso a sua identificação e controle é dificultado. O mais indicado é realizar o controle preventivo, manter a lavoura em seu potencial máximo expressivo a fim de retardar ou evitar a incidência das doenças na cultura da soja. O objetivo é sempre trabalhar de modo protetivo e, além disso, para cada doença os procedimentos adotados serão diferentes.

Para que todas essas práticas de manejo sejam realmente efetivas, o planejamento das atividades é essencial. Organize as aplicações de fungicida, realize o monitoramento desses patógenos, adote as práticas de manejo mais adequadas à situação e conte sempre com o Departamento Técnico da Capebe.

Gabriel Ribeiro Carvalho

Consultor Agronômico

Capebe Nepomuceno