O sucesso da lavoura cafeeira depende, entre outros fatores, da boa qualidade das mudas. Ainda que elas apresentem bom aspecto exterior, podem apresentar problemas que só se manifestarão no futuro (doenças, “pião torto”, nematoides etc.), comprometendo todo o investimento. Devido a isto, as mudas só devem ser adquiridas de viveiristas idôneos.
Escolha do local
O local para instalação do viveiro deverá ser de fácil acesso mesmo em época de chuvas. Deve-se evitar baixadas, pois são mais suscetíveis às geadas. O local do viveiro deve ser bem ensolarado, drenado e arejado para evitar doenças. A água para o consumo deverá ser em quantidade suficiente e não poderá ser proveniente de rios, devido a possibilidade de contaminação por nematoides.
Cobertura
A cobertura tem a função de proteger as mudas, principalmente no início, da ação do sol. Pode ser de vários materiais, sendo mais comum o uso de bambu e de telas sintéticas (sombrite). A cobertura deve permitir uma insolação em torno de 50%.
Preparo do substrato
O substrato é a mistura que será usada para enchimento dos saquinhos. Os componentes usados no substrato são: terra, adubo orgânico, adubo químico e calcário. A terra deve ser proveniente de solos com boas características físicas, isento de nematoides (fazer análise prévia), grama seda e tiririca. Eliminar a camada superficial para reduzir a quantidade de sementes de plantas daninhas. Utiliza-se como adubo orgânico o esterco de curral curtido na proporção de 25% da mistura. Para cada metro cúbico do substrato, acrescentar 5 kg de superfosfato simples e 1 kg de cloreto de potássio. Em solos ácidos, deve-se acrescentar também 2 Kg de calcário dolomítico/m3. O substrato deve ser peneirado para uniformização da mistura, utilizando-se peneira malha 15 a 20 mm.
Após o processo da mistura, procede-se o enchimento dos saquinhos, o qual deve ser realizado com o substrato seco. A operação é realizada com auxílio de um funil feito com lata. Cada metro cúbico de substrato é suficiente para se encher aproximadamente 1.200 saquinhos.
Sementes
As sementes destinadas à produção de mudas devem ser adquiridas de produtores idôneos registrados na Secretaria Estadual de Agricultura. Para a produção de sementes à nível de propriedade (as quais só devem ser usadas em viveiros não comerciais), deve-se colher os frutos de café no estágio de cereja, de lavouras de boa origem e de características genéticas comprovadas (variedade definida). Os frutos devem ser despolpados (retirada da casca) e degomados (retirada da mucilagem), sendo esta última operação realizada através da fermentação natural da mucilagem, o que ocorre em tanques com água. A seguir, seca-se as sementes à sombra, ficando as mesmas (após a secagem) com uma película superficial chamada de “pergaminho”. As sementes devem ser armazenadas e semeadas sem a retirada do pergaminho, o que poderia danificar a semente.
Somente deve-se plantar sementes com idade inferior a 6 meses, pois após este período a germinação cai acentuadamente, a não ser que elas sejam armazenadas em câmara fria. Cada quilo de sementes produz em média 3 mil mudas
Semeadura direta
Para a semeadura direta perfura-se a terra dos saquinhos a uma profundidade de 2 cm. Para conseguir maior uniformidade utiliza-se um chucho com um disco de madeira, limitando assim a profundidade do buraco.
Deposita-se uma ou duas sementes por saquinho. Utilizando-se somente uma semente, no caso de utilizar duas sementes, posteriormente elimina-se a planta mais fraca. Para evitar a formação de crosta superficial (comum em solos argilosos), recomenda-se fechar os buracos com areia. Após o plantio, cobrem-se os saquinhos com capim seco ou sacos de estopa para manutenção da umidade e proteção contra o impacto das gotas de chuva ou irrigação, os quais devem ser retirados após o início da germinação.
Tratos culturais
A irrigação deve ser em quantidade suficiente para permitir o bom desenvolvimento das mudas. Após o a semeadura ou transplante a irrigação deve ser diária. Posteriormente aumenta-se o intervalo de rega até que, próximo à retirada das mudas para plantio, seja só o suficiente para as mesmas não murcharem.
Para a prevenção de doenças, como ferrugem, cercosporiose e bacterioses, recomenda-se pulverizar as mudas periodicamente com fungicidas a base de cobre. Casos aparecem doenças ou pragas efetuar o tratamento químico curativo orientado por um agrônomo. Deve-se evitar o excesso de adubações nitrogenadas, pois podem ocasionar crescimento desproporcional da parte aérea em relação às raízes.
Aclimatação
Aclimatação é a adaptação das mudas ao sol. Como elas são produzidas sob cobertura, podem não suportar o plantio no campo a pleno sol. A aclimatação deve ser realizada a partir do segundo par de folhas, através da retirada gradual da cobertura. Quando a cobertura é feita de bambu ou outros materiais equivalentes, raleia-se a mesma gradativamente, até deixar as mudas a pleno sol. Se a cobertura não permitir esta regulagem, como é o caso das telas sintéticas, faz-se a aclimatação deixando as mudas tomarem sol somente durante um período do dia. Com o tempo, aumenta-se o número de horas de sol diárias, até que as mudas fiquem a pleno sol. A aclimatação dura em média 30 dias.
Plantio
Antes de ir a campo, as mudas devem ser classificadas, separando e encanteirando as menos desenvolvidas para tratamento e posterior aproveitamento. O estágio ideal para o plantio a campo é quando as mudas estiverem com 4 a 6 pares de folhas. Estágios mais avançados poderão provocar maior dificuldade de pegamento e desenvolvimento, já que a maior quantidade de folhas não é compensada pelas raízes, as quais estão limitadas pelo saquinho.
Everaldo Pereira da Silva – Consultor Agronômico – Capebe Nepomuceno
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